BEM-VINDO AO MEU MUNDO
Conheci o teatro em 2012. Entre ansiedade e ofuscamento, me vi imerso numa aura inebriante, que ao fechar das cortinas a mente em convulsões fez nunca mais esquecer, ansiando pelo deleite outrora vivido. Creio, porém, que tal fascínio tenha começado muito antes, talvez naquele primeiro conto de natal que escrevi aos 12 anos para encenação em sala de aula, quando o Noel se aventurava num enredo repleto de hipérboles e adjetivações.
De lá para cá, permanece comigo essa faísca e em todos os momentos se faz presente. Esteve presente no ensino médio, durante as aulas de história e literatura e também na faculdade durante as aulas de teoria e estética. Estava lá naquele dia, finalmente sobre o palco, em lampejos de coisas que eu gostaria de fazer, coisas que eu gostaria de dizer, mas coisas essas que infelizmente não sabia como. Segue em minha mente por todos os caminhos que trilho, seja no dissecar dos filmes e peças que assisto, ou nos roteiros que me arrisco a escrever. Talvez sejam esses apenas espectros condenados, textos incompletos fadados a nunca serem encenados. Talvez seja a arte apenas um devaneio, o tolo refúgio no mundo inteligível, distante de tudo que a realidade insossa de fato é. Ou talvez não.